quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A Cura Divina

A Cura Divina
Leitura: Mt 8.1-17

A dupla natureza humana

O homem é um ser material e espiritual. Deus se interessa por ambas as naturezas do homem. Não somente pela natureza espiritual, mas também material, o corpo.
A redenção de Cristo também inclui o corpo (Rm 8.23)
Nosso corpo é membro de Cristo e santuário do Espírito Santo, foi comprado por Deus e deve glorificar a Ele (1 Co 6.15-20)
O plano completo da redenção inclui tanto o espírito quanto o corpo humano. Jesus trouxe salvação e cura aos homens e a comissão dada aos discípulos foi que continuassem esta obra (Mc 16.15-18).
A origem das doenças
Quando o homem desobedeceu o mandamento de Deus (Gn 2.16,17), o pecado e a morte entraram no mundo (Rm 5.12).Toda a natureza passou a sofrer por causa do pecado (Gn 3.16-19).

O pecado está na raiz das doenças; é uma conseqüência da queda do homem.
a) Muitas doenças são frutos de pecados específicos. O fumante está propenso a sofrer um câncer de esôfago, língua, pulmão e estas doenças estarão intimamente relacionadas ao pecado de não cuidar do próprio corpo (1 Co 3.16,17). As doenças venéreas têm uma relação direta com a promiscuidade.

b) Existem muitas doenças de fundo psicológico que são causadas por ódio, rancor, ira, egoísmo, etc.

c) Algumas doenças podem ser causadas por ação direta de Satanás e seus demônios (At 10.38; Lc 4;35; 13.16). Se o “espinho na carne” de Paulo era uma doença (como muitos crêem), era um “mensageiro de Satanás” (2 Co 12.7).

d) Nem todas as doenças são diretamente causadas pelo pecado do indivíduo (ex: Jó), mas surgiram no mundo por causa da queda (desobediência, pecado) do homem.

Assim, percebe-se que se não houvesse pecado, não haveria doenças. Jesus revelou esta ligação entre as doenças e o pecado, perdão e cura (Jo 5.14; Mc 2.9-11).

A provisão de Deus através da redenção é tão abrangente quanto às conseqüências da queda. Para ao pecado, Deus provê o perdão. Para a morte, a vida eterna e para a enfermidade, Deus provê a cura.
Jesus teve tríplice ministério: ensinar a Palavra de Deus, pregar o arrependimento e curar todo tipo de moléstia, doença e enfermidade entre o povo.
A vontade de Deus quanto à cura
Deus quer curar seus filhos de todas as enfermidades. Devemos orar com fé que o Senhor é bom e quer a benção e a saúde de todos os seus filhos (salvo exceções onde a doença seja utilizada como meio disciplinar).

1.Desde o AT, Deus revela-se como aquele que sara (Ex 15.26). Ele prometeu curar o seu povo (Ex 23.25; Dt 7.15; Sl 91.9,10; Sl 103.2,3). Deus curou Miriã (Nm 12.12-15), Naamã (2 Rs 5.1-15), Ezequias (2 Rs 20.1-11), Jó (Jó 42.10-13) e muitos 
outros.

2.O Ministério de Jesus incluía muitas curas. Ao leproso Ele declarou: Quero curar (Mt 8.2,3). Existem 27 ocasiões em que Cristo efetuou curas individuais. Algumas delas: (Mc 1.23-27; Lc 7.1-10; Mt 8.2-4). E 10 outras onde houve cura de multidões. Algumas delas: (Mt 4.23-25; 8.16; 12.15). As curas operadas por Jesus estão em três categorias: curas físicas, exorcismos e ressurreições.

3.A provisão da expiação de Cristo inclui a cura do corpo. (Is 53.4,5; Mt 8.16,17; 1Pe 2.24). Cristo nos resgatou da “maldição da lei” (Gl 3.13). Esta maldição incluía muitas enfermidades (Dt 28.15-68).

4.O ministério contínuo da igreja deve incluir a cura divina, em nome de Jesus.
Jesus comissionou os apóstolos (Lc 9.1,2,6). Os setenta discípulos (Lc 10.1,8,9,19). Após o Pentecoste, a igreja primitiva prosseguiu neste ministério (At 3.1-10; 4.30; 5.16; 8.7; 9.34; 14.8-10; 19.11,12)
O crente deve prosseguir com humildade e fé e apropriar-se da plena provisão da expiação de Cristo, inclusive a cura do corpo.

Como ocorrem as curas

O NT registra três maneiras como o poder de Deus e a fé se manifestam através da igreja para curar:
(a) A imposição de mãos (Mc 16.15-18; At 9.17)
(b) A confissão de pecados conhecidos, seguida da unção do enfermo com óleo pelos presbíteros (Tg 5.144-16);
(c) Os dons de curar concedidos à igreja (1 Co 12.9).

A cura pode ocorrer de imediato ou progressivamente (Mc 8.22-25; 10.52; Jo 9.6,7)

A fé é necessária para que haja cura (Mc 16.17,18). A fé do que será curado (Mc 5.25-34; Mt 9.27-31) ou a fé de outros (Mt 8.5-13; Jo 4.46-53; Mc 2.1-12).

Às vezes há, na própria pessoa, impedimentos à cura divina, como:
(1) Pecado não confessado (Tg 5.16);
(2) Medo ou ansiedade aguda (Pv 3.5-8; Fp 4.6,7);
(3) Negligência da igreja quanto à oração da fé (Mc 11.22-24; Tg 5.14-16);
(4) Descuido da igreja em buscar os dons de cura (1 Co 12.9,10.29-31; Hb 2.3,4);
(5) Incredulidade (Mc 6.3-6; 9.19,23,24).
(6) Irreverência com as coisas santas do Senhor (1 Co 11.29.30).

Deus às vezes permite a doença (Jo 11.37; Gl 4.13,14; 1 Tm 5.23; 2Tm 4.20).
Noutros casos, Deus resolve levar seus amados santos ao céu, durante uma enfermidade (2 Rs 13.14,20).
De uma maneira geral, podemos dizer que Deus quer curar as enfermidades, mas em casos específicos, vemos que alguns não foram curados (Jo 5.3-9; Fp 2.25-27; 2 Tm 4.20; 1 Tm 5.23)

O que deve fazer o crente quando ora pela cura divina para si?
1.Estar em plena comunhão com Deus e com o próximo.
2.Encher sua mente e coração da Palavra de Deus (Jo 15.7; Rm 10.17).
3.Se a cura não ocorre, continuar e permanecer em Cristo (Jo 15.1-7), examinando ao mesmo tempo sua vida, para ver que mudanças Deus quer efetuar na sua pessoa.
4.Pedir orações dos presbíteros da igreja e aos irmãos (Tg. 5.14-16).
5.Ficar na expectativa de um milagre ( 7.8; 19.26).
5.Regozijar-se caso a cura ocorra na hora, e ao mesmo tempo manter-se alegre, se ela não ocorrer de imediato (Fp 4.4,11-13).
6.Saber que a demora de Deus em atender as orações não é uma recusa dele às nossas petições. Às vezes, Deus tem em mente um propósito maior, que ao cumprir-se resulta em Sua glória (Jo 9.13; 11.4,14,15,45; 22 Co 12.7-10) e em bem para nós (Rm 8.28).
7.Reconhecer que, tratando-se de um crente dedicado, Deus nunca o abandonará, nem o esquecerá. Ele nos ama tanto que nos tem gravado na palma das suas mãos (Is 49.15,16).

A Bíblia reconhece o uso apropriado dos recursos médicos (Lc 10.34; 1 Tm 5.23; 2 Rs 20.7) e valoriza os médicos (Mt 9.12; Cl 4.14).
Chegará um dia, quando o pecado será totalmente aniquilado e o sofrimento acabará (Ap 21.4-5,7).

Obras Consultadas:

DUFFIELD, Guy P., VAN CLEAVE, Nathaniel M. Fundamentos da Teologia Pentecostal. São Paulo: Quadrangular, 2000.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2005 9ª edição.
RICHARDS, Lawrence, O. Guia do Leitor da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2005 2ª edição.

Carlos Kleber Maia
Natal / RN, 2006.

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